Manjericão - Cultura, Cultivo e Culinária

Bem vinda Primavera, estamos felizes por sentir o seu encanto florescer em nossos corações.

Manjericão, erva aromática e medicinal que traz proteção e acalanto para os lares, dá o seu charme em flores perfumadas e seu sabor em charmosas folhas de cores variadas.

Erva considerada sagrada na Índia, sua terra natal, vista como a forma da deusa Tulasi neste mundo, conhecida por lá como Tulsi, representa devoção, e segundo os indianos  simboliza a própria mãe divina. Aqui no Brasil, é muito utilizada na Umbanda, considerada uma erva que traz proteção e vitalização, é preferida em banhos, chás e defumações, serve para purificar e vitalizar ambientes, pessoas e objetos sagrados. Por experiência própria, afirmo ser uma erva que traz proteção e tranquilidade à família quando cultivada no quintal ou em vasos e sendo utilizada nos alimentos e na decoração dos ambientes.

Popularmente e largamente usada na culinária, traz consigo diversas propriedades medicinais que agem no combate e na propagação dos radicais livres que estão associados ao envelhecimento precoce e a doenças degenerativas como o câncer, doenças cardiovasculares e neurodegenerativas como o Alzheimer e o Parkinson. Estudos afirmam que o manjericão possui ações antibacteriana, anti-inflamatória, antidiarreico, antiulceroso, e estimulante do sistema nervoso, possui ainda potencial quimioprotetor e reduz os índices glicêmico, e diurético. Refrescante, estimula o fígado, e pode ser usado também para inflamações nos brônquios, gases intestinais, vertigem, espasmos gástricos, depressão, perda de memória, dores menstruais e insônia. E além de tudo isso o seu chá quentinho reduz a febre e o muco no peito e no nariz (porque é sudorífico e diurético), portanto, é indicado também no tratamento de gripes, resfriados, tosse e dor de garganta.

Agora que já falei a respeito das formas de uso dessa erva aromática tão "auspiciosa", como dizem os indianos, vou mostrar como cultivamos duas de suas espécies

O manjericão é uma planta de fácil cultivo, aqui em casa nós plantamos por todos os lugares, seja no caminho para enfeitar, ou no meio da horta onde ele serve para proteger outros cultivares como os tomates por exemplo.

Partimos sempre de uma muda, aqui nunca semeamos, mas acredito que as sementes funcionem também. As mudas são feitas a partir de galinhos rasgados ou desfiados que são colocados na água e na sombra, troca-se a água pelo menos uma vez por dia e cerca de três dias depois as raízes estarão prontas para o plantio. Então escolhemos um lugar onde bata luz do sol direta e cavamos um buraquinho para enterrar a raiz e uma pequena parte do caule, de forma que a planta fique firme na terra. Regamos pelo menos uma vez por dia, mas nos dias muito quentes costumamos regar de manhãzinha e de tardinha. O desenvolvimento sadio da planta vai depender também da qualidade do solo, então recomendo que o plantio seja feito numa terra adubada e rica em matéria orgânica. 

A planta da foto acima está com cerca de quatro meses e já estamos fazendo uso de suas maravilhas. Tirei alguns galinhos para colocar dentro de casa na água, usamos para temperar alguns pratos, e até fizemos um maço para vender para uma amiga. E hoje ela vai para a mesa como ingrediente principal no jantar.

Apesar de sua origem indiana, o manjericão ganhou o mundo e se tornou um elemento muito apreciado e utilizado principalmente na culinária italiana, combinando muito bem com molhos e queijos que fazem parte do hábito alimentar nesse país. É utilizado como tempero dando seu aroma especial a pratos quentes e frios e também como protagonista, trazendo seu sabor marcante, como no caso do molho pesto, receita clássica da culinária italiana que costuma acompanhar massas mas pode ser servida acompanhando diversos tipos de pratos variando de acordo com a criatividade de quem aprecia. 

Molho pesto de manjericão 

Ingredientes

3 xícaras de chá de folhas de manjericão fresco
2 dentes de alho grandes
3 colheres de sopa de queijo parmesão ralado
1/2 xícara de chá de azeite de oliva
2 colheres de sopa de pinoli ou nozes picadas
Sal e pimenta do reino a gosto

Bata todos os ingredientes com a ajuda de um liquidificador, mixer ou batedeira até que se tornem uma pasta cremosa, quase líquida. Caso necessário acrescente mais azeite, mas tenha cuidado para não carregar, roubando o brilho do sabor do manjericão. 
Sirva o molho pesto frio com a massa de sua preferência ou com o que sua criatividade mandar! 

Com o fusili colorido que tínhamos no armário fiz um jantar leve e fresco que cai muito bem nas noites de primavera e verão! 

Bom apetite!


Texto: Anne Rocha

Fotos: Anne Rocha / Gabriel Kiam

Agradecimentos: Alahyde Vieira, Gabriel Kiam e Lis Kiam